20070304

Fidelidade - Efêmero ou Perene ?




O passado não é mais, o futuro ainda não é; o esquecimento e a improvisação são fatos naturais.
O que é mais improvisado, a cada vez, do que a primavera?
Apesar da pujante beleza.
E o que é esquecido mais depressa?
A própria repetição, tão impressionante, não passa de um logro: é por se esquecerem que as estações se repetem, e justamente por causa do que torna a natureza sempre nova que ela só inova raramente.
Toda invenção verdadeira, toda criação verdadeira supõe a memória.
Foi por isso que foi criada a memória do mundo; mas essa memória seria Deus, e é por isso que para nós simples mortais ela inexiste.
Se há uma história do universo – e é claro que há -, ela é uma seqüência de improvisações aparentemente caóticas ou incertas e sem projeto nem memória.
O contrário de uma obra, ou que só obra por casualidade.
Um prodígio improvável e sem amanhã.
Porque o que dura ou se repete só ocorre mudando, e nada começa que não deva acabar. A inconstância é a regra. O esquecimento é a regra.
O real, de instante em instante, é sempre novo, e essa novidade cabal, essa novidade perene é o mundo.
É nesse descontexto que descobrimos que Deus nos ama.
Será que descobrimos ou o consideramos só mais uma obra do acaso?
Mas é com grande amor que ele nos prova todos os dias que sua graça aparentemente efêmera nos apresenta mais fiel do que nunca.
Em sua grande sabedoria Deus nos apresenta novo o que para ele é eterno, que é sua Fidelidade.
-As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;
Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade.
A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto esperarei nele.
Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca.
(Lam:3-22~25)

Ai tudo muda, o amor nos leva a graça, a sua misericórdia a justiça que por sua vez nos da motivos mais que suficientes para dar Graças a Deus e louva-Lo pelos seus grandes feitos em nossas vidas.
Ao considerar isso conseguimos amar nossos amigos e tambem nossos inimigos, amar nossa vida de uma maneira a aceitar essas incertezas que a natureza nos apresenta.
Com tal descoberta, nosso coração se encherá de gratidão e contentamento.
O que ganhamos com isso?
Nosso louvor será verdadeiro, e nossa vida alcançará plenitude no Espírito Santo de Deus.

Alguns direitos e umas obrigações


O primeiro dever do homem em sociedade é de ser útil aos membros dela; e cada um deve, segundo as suas forças físicas ou morais, administrar, em benefício da mesma, os conhecimentos, ou talentos, que a natureza, a arte ou a educação lhe prestou. O indivíduo, que abrange o bem geral duma sociedade, vem a ser o membro mais distinto dela; as luzes, que ele espalha, tiram das trevas, ou da ilusão, aqueles, que a ignorância precipitou no labirinto da apatia, da inépcia e do engano.


“Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Fé é o muito útil aos seres humanos a dizer que são capazes.”


(Hipólito José da Costa)